sexta-feira, novembro 28, 2003

JUSTIFICAÇÃO DAS FALTAS PARA FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

De acordo com a alínea x) do n.º 1do artigo 21.º e n.º 2 do artigo 70.º do DL 100/99 de 31 de Março, são considerados justificados todos os atrasos ou faltas que ocorram por motivos não imputáveis ao trabalhador. Apresenta-se, de seguida, uma lista de desculpas esfarrapadas para justificar as faltas ao abrigo desta Lei.

• Estava uma vaca em trabalho de parto em plena Av. Da República que demorou 45 minutos a despachar o vitelo, o que provocou um atraso no trânsito. [acidente não imputávél ao trabalhador]

• Fui retido por um Polícia Municipal gay que me tentou vender compulsivamente um ingresso para a Parada Pride da referida corporação, sob pena de passagem na esquadra para averiguações [clausúla obrigações judiciais].

• A minha mãe idosa embebedou-se e tive de ir buscá-la à taberna onde estava a jogar às moedas com uns senhores étnicos, vítimas de exclusão social e não queria vir [um caso de assistência à família, tb. previsto na Lei].

• Um ataque súbito do síndome de Kreutsffel-Jakob por causa de uma carne de vaca consumida na cantina do Ministério fez-me temporariamente perder a memória pelo que me esqueci da localização da repartição [cláusula da doença súbita].

• Uma hemorróida particularmente longa ficou presa durante uma manhã inteira numa das portas do elevador do Centro Comercial Palmeiras, o que me impediu de chegar a horas à repartição [cláusula da doença súbita].

• A minha calista entusiasmou-se e decidiu tratar-me partes do corpo, que apesar de normalmente serem mais da competência daquelas senhoras de top-leopardo, mini-saia de napa e dentes podres que costumam passear no Monsanto, estavam mesmo a precisar. [tratamento ambulatório].

• Tive um exame do módulo de “chakras & meridianos” da Cadeira de Astrologia-Homeopático-Reflexológica no Instituto Internacional Holístico-Transcendental de Terapias Orientais & Alternativas da Abóboda (Carcavelos). [cláusula do trabalhador-estudante].

• A minha sogra morreu pela quinta vez este ano, vítima de exantema súbito pediátrico, pelo que tive que me deslocar durante quinze dias às exéquias na República Dominicana, de onde a falecida era natural. [falecimento de familiar].

• Contraí candidíase aguda após ter frequentado os lavabos da repartição, pelo que não me apresento ao serviço até que a Inspecção Regional de Saúde proceda a uma vistoria visando a salubridade das instalações [garantia constitucional de condições dignas de trabalho].

• O meu chip de marcar o ponto tem um vírus informático. [baixa psiquiátrica].

• Confundi o chip de maracar o ponto com a pilha do meu tamagochi. [acidente não imputávél ao trabalhador]

• A “Corrente do Senhor Jesus contra Satanás”, o sermão do pastor Wailson Vanderlei sobre os malefícios do sexo com animais domésticos, a colecta e o pagemento do dízimo, lá na Igreja Universal do meu bairro demoraram mais do que é costume e atrasei-me. [garantia constitucional de liberdade religiosa].

• Ando a ouvir umas vozes esquisitas dentro da cabeça e uns vultos que me incitam a actos atentatórios contra o património da repartição, que como se sabe é frágil porque é maioritariamente esferovite pintado, pelo que acho melhor adiantar a baixa psiquiátrica prolongada, mesmo antes da junta médica, a bem do edifício. [baixa psiquiátrica].

• O ponto é uma afronta aos direitos, às conquistas de Abril e à dignidade do proletariado da repartição! É uma brutal, pidesca e salazarenta medida repressiva dos direitos dos trabalhadores, que só serve a burguesia, o fascismo, os interesses imperialistas e do grande capital! É o pão assassinado! Viva o PREC! Viva a Nacionalização da Frota Pesqueira do INIAP (ex- IPIMAR)! Pinheiro de Azevedo para o Campo Pequeno! “Força, força, companheiro Vasco! Nós seremos a muralha de aço!” (bis) [baixa psiquiátrica].

• Peço imensa desculpa e penitencio-me por este atraso, pois sou um trabalhador indigno e irresponsável. A Pátria perdoará certamente estes dois minutos em que, numa total ausência de sentido de Estado e desrespeito pela coisa pública eu, num enlevo desvairado e ferveroso fiquei esquecido a rezar pela alma do saudoso Sr. Presidente do Conselho, que Deus tenha em descanso e que tanta falta nos faz porque que eu já nem sei onde é que isto vai parar. A bem da Nação. [baixa psiquiátrica].




terça-feira, novembro 25, 2003

Um gajo do Opus Dei tinha acabado pendurar um retrato do Beato José Maria Escrivá de Balaguer por cima da cama. Deu 20 euros ao ciganito que tinha engatado em Belém e enxotou-o da cama. -"Vai com Deus fillho". O petiz foi com o anús dorido e tumefacto, a resmungar. - "Ao menos o embaixador punha vaselina mentolada. Foda-se."

FIM

segunda-feira, novembro 24, 2003

BARBIE VAI À TOURADA [By Toiletseat]

A Barbie amanhou bem a sua malinha Louis Vouiton. Era um enorme vibrador com doze velocidades e percussão da Barbour. O Ken Manel Vasconcellos acabava de chegar, trauteando um faduncho, com voz tremidinha, -“ Foi um toiro que o matou, num dia de infelicidade” (bis). Trazia um pull over amarelo sobre a camisinha ás riscas. –“Nem queira saber quem encontrei ontem no Stones…” – “Sei lá!” – Disse a Barbie. –“ Vai para o caralho , ó cabrão! Vai-te foder! Vai-te com a puta da tua mãe! – acrescentou, transida de raiva e a espumar da boca e os olhos injectados de sangue, fora das órbitas. – “A menina ´tá possessa…” Barbie revirava a cabeça num ângulo de 360 º enquanto projectava uma espessa massa de vómito verde acastanhado para cima de Ken Manel – “Chamo-me Legião Vanzeler Coutinho” – disse numa voz de trovão enquanto levitava de braços abertos a quarenta centímetros do solo. “…e só a deixo quando ela apodrecer na terra! “ Nisto um contador Nambam projectou-se violentamente contra a parede, rebentando em mil cacos. A seguir foi uma cadeira Chipendale e um serviço completo de Limoges com saladeira e terrina. Ken Manel mal teve tempo de desviar-se de uma enorme mobília de pau-santo seguida de três peças da Companhia das Índias e mais umas merdicancas da Villeroy & Bosch que o Demónio levitava antes de projectar com violência contra o pobre engenheiro técnico agrário.
O Padre Damien Karras Feytor Pinto arregalou os olhos e duvidou da sua fé mais uma vez. – “Foda-se. Caralho. Estou fodido com esta merda”. Suspirou, arregaço as mangas e começo o ritual romano de exorcismo. – “ Olhe lá, ó Legião-e-mais-não-sei o-quê, não tem mais nada que fazer?” – “Eu? Bem, …não sei. “ – “Venha connosco à tourada. O menino é demónio, não é? Tem cornos? Até nem destoava tanto. Deixe de ser posidónio. Vómitos e levitações. Haja paciência…” O demónio enfiou a viola no saco e disse entre dentes. – “ Mas vamos ao “T” a seguir…” – “Então vá”. – Disse o padre. A Barbie entretanto voltou a si e ficou envergonhada porque tinha já a cenaita quadrada de lhe ter enfiado uma grosso crucifixo do século XVII que tirara da parede, no auge da possessão demoníaca. – “Ai que porra. Estou toda cheia de langonha pelas pernas abaixo”.

FIM

terça-feira, novembro 11, 2003

Absolutamente Normal [By His Holliness the Pope Brejnev "Five and Five Undred" ]



Com residência no Restelo desde tempos imemoriais, a família Castanheira estava a definhar, os constantes casamentos consanguíneos entre patrões e servos tinham tornado quase inexequíveis os actuais herdeiros.



Descendentes directos dos antigos frades Jesuítas incumbidos de encomendar os navegantes que das praias de Belém buscavam novos mundos e talvez mesmo de habitantes desses ou de outros novos mundos os Castanheira Refego e Cunha tinham herdado vastas áreas do que agora se chama Restelo.



Sempre por aqui tinham vivido embora sem preocupação de afirmar através do edifício que lhes serve de morada o seu real poder e ambição. Isto se esquecermos o jazigo subterrâneo de 4496 m3 no cemitério da Ajuda que continha criogenizados todos os elementos da família desde D. Manuel I. A técnica, dada a conhecer aos humanos por seres imateriais, que se apresentavam sob a forma de luz polarizada, tinha sido mantida em segredo até agora através de um complicado esquema de patentes e direitos de autor.



Martim Castanheira, incapaz de pagar as cada vez maiores contas de Gás, desde que tinha acreditado nos sujeitos do Gás Natural, de quem era, infelizmente, accionista, estava prestes a vender a patente a pessoas próximas do bispo Edir Macedo, que poderia assim a poder prometer vida eterna aos seus seguidores.



O destino da família estava traçado desde que Portugal assim se chamava. O próprio Afonso Henriques tinha escrito por suas mãos as obras que esta ilustre mas secreta família teria o privilégio mas também a responsabilidade de desempenhar.



Infelizmente, desde a invenção do Viagra e do Prozac as coisas estavam a fugir ao caminho traçado. A tensigridade planetária estava em risco de se quebrar. Durante o eclipse da lua de 9 de Novembro de 2003, eminentes esotéricos de todo o mundo tinham-se juntado na nova clareira que Pedro Santana Lopes, a pedido de Ghery, que assim reduziria os seus honorários em alguns milhões de euros, tinha recentemente aberto, infligindo mais uma ferida ao já sacrificado Parque Florestal de Monsanto. Um fracasso, astrónomos do Observatório de Constância, atentos leitores dos Lusíadas, deslocaram-se à capital para explicar que as estrelas não se iriam mover, que as interpretações que os astrólogos tinham feito não estavam correctas.



Entretanto Morais Sarmento, a única esperança da família, tinha sido enviado para Timor, numa mais que evidente manobra de Durão Barroso, que ao serviço dos Espanhóis, tudo fazia para destruir a pátria portuguesa, até do descaramento de editar um livro em português, desvalorizando o sagrado conceito de pátria o governo espanhol tinha sido capaz.



Enquanto Jorge Sampaio falava de concursos públicos, Juan Carlos, bom conhecedor dos Lusos, entrava a matar.



Em Barrancos agitavam-se as gentes, tendo neste domingo havido mais guinchos de porco que durante o resto do ano, as águas do Murtigão se tingiram de vermelho, e o Benfica goleou por três a zero o Alverca.



O corpo da GNR especialmente preparado para iluminar a antiga cidade de Bagdad, resgatando as relíquias perdidas por eternidades de trevas estava prestes a entrar em acção.



Todos os sinais indicavam ser agora o momento de alterar o sentido do inquietante caminho que a humanidade estava a trilhar, quando Hilário um outro membro da família, não chega a tempo a um encontro numa Cripta algures na da praça de Diu por se ter encantado com uma prostituta Ucraniana na Av. do Restelo, 100 metros antes, encontro que redundou em dez pontos no ânus de Hilário pouco habituado às subtilezas da profissão.



Nada de novo Deus continuava deliciado com os novos jogos que a sua equipa de anjos, certificados pela Microsoft, estava a preparar para o próximo Natal.



Brejnev

quinta-feira, novembro 06, 2003

Cova do Vapor [um conto por Brejnev]

Ernesto (Armando) Viegas, acordou mais cedo que habitual, às 5 horas e 45 minutos foi ao quarto da filha mais nova. Quarto que acabara há uma semana com umas chapas de off-set da Bola. As chapas já não são como eram no tempo de seu pai, Ernesto Monteiro, agora é preciso reforçá-las com plástico para a humidade do Tejo não atravessar as paredes como se fossem o canal do Panamá.
Ernesto era dado à Filosofia desde que a sua nova vizinha, uma estudante de Letras precisara de arranjar a canalização, fizera um trabalho primoroso e até a massa lubrificante, que continuava a utilizar nas junções nada de teflon essa merda, tinha agradado à Mafalda que lhe pediu logo umas latinhas, dizia-lhe que nunca tinha sido enrabada com tanta fluidez.
Isto para dizer que a sua relação com a tecnologia era muito cautelosa, isso das novas tecnologias só serve para matar, dizia, pensava e mesmo praticava, na sua actividade principal de assassino a soldo de mafias de todo o mundo, sim Ernesto Viegas, tal como o seu pai e avô descendiam de uma linhagem de assassinos com origem nas tribos iémenes que ocuparam a península, mas isso é outra história.
Ernesto estava de férias na sua casa de fim de semana em pleno centro da Alameda dos Cifrões, embora desde a adesão à moeda única se andasse a pensar em mudar o dito nome.
Sempre que cá estavam o abcesso da Catarina, a filha do primeiro parágrafo, já de si proeminente, aumentava descomunalmente começando mesmo a esguichar líquidos multicores. Ernesto cuidava de guardar esses líquidos, quem sabe teriam alguma utilidade.
Sempre julgou que a origem do abcesso proviesse de algum castigo divino. Na verdade era um efeito da exposição prolongada a ruído de baixa frequência causado entre outras coisas pelas constantes descargas de milho tragénico nos silos da Trafaria.
Ernesto só virá a saber tratar-se de doença vibro-acústica quando aos 60 anos, já sem qualquer dente cabelo ou mesmo família, irá parar às instalações sanitárias do Dr. Leiria, eminente autoridade na matéria, por este se ter tornado seu vizinho no Largo de São Paulo em Alfama, após o falecimento de Mafalda que Ernesto levava para uns fins de semana de sexo desenfreado na sua casa de férias, agora já com uma torre em aço inox, lá na Cova do Vapor, que rivalizava em falta de verticalidade com a sua congénere torre de controle do porto de Lisboa, projectada por eminente arquitecto.

FIM

terça-feira, novembro 04, 2003

NO CANADÁ

No Canadá, um índio Cherrokee caminhava na neve sob os abetos. Sentia-se um bocado enjoado. - "Deve ter sido da banha de búfalo do almoço..." - Pensou. Mandou um espesso vómito. O vómito ao cair no gelo congelou e ficou tão teso que parecia uma pizza. O rapaz das entregas passou e embrulhou-o bem embrulhadinho numa caixa vermelha e entregou-o, numa mota, ao Embaixador José Manuel. - " São 16 Euros, Sr. Dr." - "Dou-te mais uns trocos e fazes-me aqui uma coisa" - Disse José Manuel. - "Acerta-me aqui o pêndulo, que eu dou-te 3 euros e 34 cêntimos". Dizia isto e piscava o olho, o Pedófilo. O rapaz das entregas, que se chamava Aurélio Curvelo, coçou a cabeça achatada e descobriu que a moleirinha tinha aumentado muito desde a última vez. O embaixador estava a mirar a pizza. - "Parece-me que aqui há carne de alce... ou de caribú". Hum... esta pizza é de hoje?" O moço disse que sim. Comeram-na com sofreguidão e o moço pagou ao Embaixador.
- " Já me sinto mais cristão" - Disse o embaixador satisfeito e a esfregar a barriga.

FIM

[ um conto por Brejnev, que é um amigalhaço do Toiletseat que tem uma veia menos neo-abjecionista e infantilóide. É assim mais urbano e tem menos padres e fellatios. TS.]

Alcântara

António Manuel saiu de casa às 7 da matina, ao longe ouviam-se os carros atravessando a ponte 25 de Abril, um cheiro a merdelim fazia as honras da rua, puta de vida. Meteu os putos no carro, a mulher já tinha saído, deixara-o com recomendações ininteligíveis para alguém de bom senso, como é o nosso herói.
Logo na primeiro cruzamento uma buzinadela. Se há coisa que não aguento é esta merda logo de manhã, mais tarde quem sabe. Vacarrona não sabes distinguir a direita da esquerda. Foda-se já não basta ter um governo com o Paulo Portas, ainda vivo num país que é uma permanente corrida de automóveis. Travões a fundo, e não é que a puta bate e fode os farolins do Opel Corsa cor de merda que António tinha comprado ao seu vizinho Carlos Simão, que por sinal tinha umas filhas boas como o milho e não é que António gostasse mesmo de milho, saíam à mãe, a quem o nosso garanhão já tinha apalpado as folgas. Sim, ao fim de semana o carro era o seu amor, já tinha desmontado aquelas bielas dezenas de vezes, nada de merdas o carro continuava igual, como no dia em que ,deslumbrante e deslumbrado, o tinha ido buscar ao stand em Alverca já lá vão 13 anos.
A tia loura, viremos a saber mais tarde ser acessora do presidente da câmara de Lisboa e chamar-se Bébé, na frase "chupa .. chupa Bébé... já percebo esse nome ... deve ser por gostares tando de chucha", saiu do carro, António engoliu em seco. Puta que pariu se a gaja não tinha as pernas torneadas como uma cama que tinha lá em casa e a que se agarrava quando atacava a Maria por trás. Então não vê que eu venho da direita, é todos os dias a mesma coisa, um gajo levanta-se cedo tem uma trabalheira desgraçada até conseguir sair de casa mais de uma hora depois e mal tem um encontro com os seus concidadãos apitam-lhe e partem-lhe o carro todo.
Tudo se passou depois muito cordialamente, Maria das Dores Anunciação de Çotomaior ..., desculpou-se, explicou ter como função assitir o Presidente nas relações com os cidadãos, o que, após deixarem as crianças na creche, demonstrou da única maneira que sabia.

FIM

segunda-feira, novembro 03, 2003

NO AUTOCARRO

No autocarro, Emídio Anselmo ia com o nariz enfiado no cachaço um homem de sobretudo que tinha o cabelo da nuca separado em andares dum pegamasso de cabelo, suor e gordura rançosa. Entre o cabelo via-se a pele a escamar em placas rosadas entremeadas com borbulhas purulentas de onde em onde. Como tinham saído do comboio a correr como cavalos para ter um lugar nas primeiras três centenas de pessoas da fila do autocarro, vinham todos ofegantes e a puxar a expectoração pelo nariz. Um gritava -" O motorista devia ser enforcado no alto daquela árvore! ". - mesmo na cara de Emídio. Um velho roçava-se, com a sarda de fora, na rapariguinha à qual ia encostado. Duas velhas suspiravam pelo Salazar enquanto olhavam os rótulos dos iogurtes do Lidl escritos em alemão.

-" Este é iogurte de guelras de esturjão"- Disse uma das velhas compondo a travessa do carrapito. -" E este aqui é de de nervos de bife, diz aqui." - Estou aqui a ver com estes dois que a terra há-de comer". -" NÃO senhora, este iogurte é de suor e pêlos com pedaços de cera dos ouvidos". "Ah! NÃO é não senhor!" - "Para tirar as teimas damos aqui a este rapaz que ele já nos diz o que acha." E estendeu um iogurte a Emídio. O rapaz engoliu em seco e hesitante disse: - "obrigado, minha senhora, mas não me apetece muito. Acabei de lanchar, sabe?". - "Coma lá isto, já disse". Emídio tirou a capa metálica e começou a comer com a colher de plástico que a velha lhe dera. - "Sabe um bocado a ranho". A velha sugava gulosamente o membro viril do velho libidinoso que ia encostado à rapariguinha e já se tinha desinteressado do assunto do iogurte. Quando o autocarro parou na paragem junto ao Posto de Saúde, saíram as velhas todas, queixando-se aos gritos da espondilose. Um grupo de cento e cinquenta idosos que tinha ido aos correios invadiu o autocarro suspirando pelo Marechal Carmona e pelo Norton de Matos. Dois pontapeavam uma grávida que ousara sentar-se num lugar reservado.

FIM

Porra! Vou abandonar este blog. Estou farto de ter que corrigir aquelas sinalefas quando faço post. Adeus. Vou procurar um português.

TS.